Há dias fui mais uma vez até ao Tua e sempre que ali vou o meu deslumbramento perante tanta beleza é imenso. Este local não me deixa de surpreender por ser naturalmente encantador. Vale definitivamente uma visita.
Olhar Discreto
"Nunca tomes por uma vantagem aquilo que te fizer faltar à palavra ou perder o teu amor-próprio."
quarta-feira, 21 de maio de 2014
quarta-feira, 21 de março de 2012
Hoje que se fala essencialmente de poesia, encontrei no meio de umas tantas folhas caídas, este poema que aqui partilho e que entendi apropriado para este dia.
Língua dos versos
Língua;
língua da fala;
língua recebida lábio
a lábio; beijo
ou silaba;
clara, leve, limpa;
língua
da água, da terra, da cal;
materna casa da alegria
e da mágoa;
dança do sol e do sal;
língua em que escrevo;
ou antes: falo.
Eugénio de Andrade
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
"Um país é feito de homens e de livros."

Convêm, no entanto,
explicar como surgiu este brilhante serviço que foram as bibliotecas
Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian, que prestaram um serviço público
de excelência ao longo de 44 anos. Surgiram de uma anterior iniciativa do
escritor António José Branquinho da Fonseca, nascido a 4 de Maio de 1905, em
Mortágua, conservador-bibliotecário do Museu Biblioteca do Conde Castro
Guimarães em Cascais, no ano de 1953. Foi nessa altura que surgiu o primeiro
carro biblioteca-circulante que se deslocava até às associações, escolas e
lugares centrais das povoações, proporcionando, através do empréstimo
domiciliário, o acesso ao livro pela população.
É com
base nesta iniciativa local que em 1958, por sugestão de Branquinho da Fonseca,
a Fundação Calouste Gulbenkian cria um serviço similar ao existente em Cascais,
mas de forma a possibilitar a cobertura a todo o território nacional. O serviço
das Bibliotecas Itinerantes foi dirigido por Branquinho da Fonseca até 1974,
ano da sua morte.
Apesar de na
altura em que era prestado este nobre serviço, se viver sob o regime ditatorial
chefiado por Oliveira Salazar, que não tinha qualquer interesse em que o povo
se tornasse um pouco mais instruído, porque quanto mais ignorante mais
manipulável se torna, este teve um papel fundamental no desenvolvimento cultural das
populações.
Foi desta inoperância intencional por parte do estado em cumprir
com uma das missões a que esta obrigado e que consiste em criar condições de
forma a proporcionar o acesso a educação, cultura e informação do povo, principalmente ás classes mais desfavorecidas, porque as classes mais favorecidas esse acesso é-lhe mais favorável, que este serviço teve um sucesso extraordinário, como é
patente no número de pessoas que lhe acediam.
Entendo que o
serviço foi essencial para que muitas das pessoas que viviam nos locais mais
periféricos, ou até considerados remotos, tivessem oportunidade no o acesso
aos livros, que de outra forma seria difícil. É consciente destas
dificuldades e pela sensibilidade de quem na altura liderava a fundação
Calouste Gulbenkian que o serviço floresce sustentado num muito nobre principio
“quando o homem não busca o livro deve o livro buscar o homem” .
Em Dezembro de 2002 é extinto este serviço, em virtude de condicionalismos financeiros e, pelo facto de se ter iniciado a construção de
uma rede de bibliotecas fixas, mais modernas, de acordo com os princípios
emanados do manifesto da UNESCO, produzido em 1980.
No entanto, e
essa é uma convicção minha, acho que apesar de tudo, a sua extinção foi
precipitada, porque o Portugal mais profundo necessitava e, ainda hoje precisa de
um tipo serviço itinerante adequado, claro está, aos tempos actuais, de forma a fazer chegar o livro às
pessoas que vivem nos lugares mais periféricos de alguns concelhos, onde as
dificuldades, quer económicas, quer de mobilidade, ainda hoje persistem. Desta
forma a manutenção desse serviço seria, sem dúvida, uma mais-valia, para
eventualmente ajudar a crescer e a formar crianças, jovens e até adultos com perspectivas melhores e mais positivas e, dota-las de saberes necessários a encararem o mundo com mais confiança.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
Donos de casa desesperados.
Miguel Araújo, que faz parte do grupo musical Os azeitonas, num momento de profunda inspiração, criou um Hino para todos os homens, que partilham as tarefas domesticas com as suas adoráveis esposas, as quais nunca estão realmente satisfeitas e, acham sempre que "os maridos das outras são o arquétipo da perfeição, o pináculo da criação".
Ouçam este sublime momento musical, apropriado para todos os homens e mulheres com idades entre os 18 e os 90 anos.
Tenham um bom dia. Há não se esqueçam de apanhar a roupa.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Passeios com lanche
Dando continuidade a sugestão que apresentei ontem, que consistia em fazer uns passeios por locais que nos possibilitam apaziguar as nossas almas alvoraçadas, devido ao turbilhão de acontecimentos que teimam em nos querer roubar a tranquilidade, decidi presentear-vos com uma sugestão de uma bola de carne, que vos acompanhara na lancheira. Podereis assim saboreá-la, quando a fome apertar, no meio do vale, no caminho que leva a serra ou no miradouro onde não sabemos se comemos ou admiramos a paisagem. Assim apresento a receita que tem pouco de difícil mas de resultado apreciável.
Bola de carne à moda da minha mãe
Bola de carne |
Ingredientes:
1 Kg de farinha Espiga sem fermento
6 Ovos
1 Caneca de leite (almoçadeira)
1 Caneca de óleo (igual a do leite)
1 Caneca de água morna
50 g de fermento de
padeiro
300 g de fiambre aos cubos ou fatiado
200 g de bacon aos cubos ou fatiado
200 g de salpicão aos cubos ou fatiado.
Preparação:
Numa bacia coloque a farinha e
adicione a caneca do leite, os ovos e a caneca do óleo, amasse (sugiro que o faça com as mãos, ou seja meter as mãos a massa, porque também o pode fazer com uma batedeira desde que ela seja robusta, uma vez que a massa fica bastante consistente.) para que a massa fique macia e sem
grumos. Por fim adicione o fermento de padeiro já desfeito na caneca de água
morna e amasse mais um pouco até que a massa esteja macia. Cubra a bacia com um pano e deixe repousar
durante 1 hora, para levedar.
Depois de levedar, há duas
alternativas para rechear a bola, ou mistura a carne na massa aos cubos e coloca-a
num tabuleiro, previamente barrado, de forma muito ligeira com manteiga, ou então espalha uma camada de massa, coloca as fatias da carne
e finaliza com a massa restante. Pode dividir a massa em mais que uma
camada. Leve ao forno, pré aquecido, durante cerca de 50 minutos. Pode
verificar a cozedura com um palito, para evitar que fique demasiado seca.
Bons passeios e bons momentos.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Saudades de mim!
Igreja de Santa Cruz do Douro |
Sentir saudades de um tempo que passou, só pode significar que vive-lo valeu a pena.
Ao arrumar os meus livros que amo cada
um deles sem distinção, recordações da minha infância me assaltaram quando
peguei mais uma vez na "Cidade e as serras" de Eça de Queirós e também no "Fanny Owen"
de Agustina Bessa Luís.
Só anos mais tarde descobri que os caminhos que calcorreei na
minha infância, tinham sido perpetuados nas paginas destes livros. Esses caminhos que vós falo, ficavam bem
junto da escola e do adro da igreja onde aprendi o abecedário e os primeiros
conceitos aritméticos. O caminho de Jacinto que Eça de Queirós fala no livro e
que sobe serpenteando pela encosta do vale, desde a margem direita do rio Douro e que foi trilhado por Jacinto e José
Fernandes até à Quinta de Tormes, hoje em dia pode ser percorrido como itinerário pedestre, uma vez que se encontra convenientemente tratado e limpo de forma a permitir uma visita e um conhecimento, in loco, sempre importante para quem tenha interesse.
Casa do Lodeiro - Baião |
Pena é que um local com interesse cultural esteja ao abandono, quer por parte dos proprietarios quer pelas entidades do município.
De qualquer forma deixo esta sugestão que poderá ser uma leitura interessante, ou então um excelente passeio primaveril a freguesia de Santa Cruz do Douro no concelho de Baião. Neste contexto terá sempre a enorme vantagem de poder conciliar a dita visita cultural, a uma inebriante visita gastronómica. Que mais não seja, esperimentar a ementa queirosiana servida na "Casa do labrador" da Associação Cultural e Recreativa de Santa Cruz do douro, de onde se destaca o arroz de favas.
Desejo a todos boas e entusiasmantes leituras e memoráveis passeios.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
O último cais
«O Último Cais é um texto envolvente, sedutor, pela sua aparente simplicidade. Pela sua beleza. Pela sua força, tecida de pequenas fragilidades, de pequenas fragrâncias de pequenas cintilações musicais…»
Um livro encantador com uma excelente história que nos coloca em contacto com uma fabulosa narrativa, que decorre no século XIX e nos envolve a cada pagina, com uma mescla inebriante de um tempo, em que os pequenos gestos e as coisas aparentemente simples, eram apreciadas com um prazer sublime. Um texto que li a alguns anos e que me marcou profundamente.
Uma boa sugestão para quem quer ler um bom livro arejado e fresco.
Subscrever:
Mensagens (Atom)